Planejamento de 2011

A proposta é dividida em 10 etapas:

 

Etapa 1: Levantamento e Identificação das crianças com dificuldades de aprendizagem pelos professores

Essa etapa tem por objetivo levantar onde estão e qual é o número de crianças com dificuldades

acentuadas de aprendizagem inseridas em Centros de Educação Infantil da rede municipal de Dourados.

A identificação inicial das crianças com dificuldades acentuadas de aprendizagem se dará através da

aplicação de uma adaptação do 'Instrumento de Identificação de Crianças com Necessidades Especiais'

(Mendes e colaboradores,1999). Este instrumento é composto por um manual explicativo com definições

do MEC/SEESP (BRASIL, 1995) das categorias de necessidades educacionais especiais e da categoria

criança de risco (Brown, 1980) e uma ficha de cadastro para preenchimento individual de informações de

cada criança identificada como pertencente a uma das categorias. O instrumento foi adaptado para o

presente estudo com a revisão das categorias de necessidades educacionais especiais a partir da Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva MEC/SEESP (BRASIL, 2008). O

referido instrumento será aplicado junto a todos os professores das 10 escolas de Ensino Fundamental do

Município, selecionadas para participação da proposta.

Etapa 2 – Observação Participante

Os bolsistas realizarão visitas semanais à escola, durante um mês, com o objetivo de observar a estrutura

e o funcionamento da escola. Registrarão em diário de campo as informações que contribuam para melhor

compreensão do cotidiano da escola.

Etapa 3 – Capacitação dos Bolsistas

Nesta etapa os bolsistas participarão de treinamento específico para aplicação dos instrumentos de coleta.

Farão ainda, pesquisa bibliográfica sobre intervenções e propostas educacionais na educação infantil,

diretrizes curriculares e Projeto Político Pedagógico das Escolas.

Etapa 4 - Avaliação inicial do repertório comportamental e acadêmico dos alunos identificados.

Esta etapa tem como objetivo coletar informações correspondentes a uma linha de base comportamental e

de desempenho acadêmico dos alunos, a partir dos seguintes instrumentos:

• 1. Teste de Desempenho Escolar (TDE) (STEIN, 1994), composto por avaliações de escrita (escrita do

nome e ditado de 34 palavras contextualizadas em frases), leitura (70 palavras com diferentes dificuldades

ortográficas, considerando-se pronuncia correta, inclusive em relação à acentuação) e aritmética (parte

oral, com três problemas de simples resolução, sem utilização da escrita, e operações de soma, subtração,

multiplicação, divisão, potência, raiz quadrada, operações entre frações, números decimais e noção de

horas. O TDE é indicado a alunos de 7 a 12 anos de idade, que estejam cursando da primeira a sexta

série do Ensino Fundamental. Para aplicação com os alunos surdas, foram realizadas algumas

adaptações, descritas a seguir na seção de procedimentos.

• 2. Questionário de Comportamentos Socialmente Adequados (BOLSONI-SILVA, 2003) – para

Professores (QCSA-PR), composto por uma lista de 24 comportamentos pró-sociais;

• 3. Escala Infantil B. De Rutter (GRAMINHA, 1994) – para Professores (ECI), composto por uma lista de

26 descrições de problemas de comportamento;

Essas informações serão coletadas em dois momentos:

1. Linha de base: Início do ano letivo a) Entrevista com os professores a partir das escalas

comportamentais; b) aplicação do TDE com os alunos.

2. Pós-Teste: No final do ano letivo, as mesmas escalas e testes serão reaplicados, com o objetivo de

comparar o repertório de entrada e saída dos anos, após intervenção.

Etapa 5 – Comparação dos resultados

Serão comparados os seguintes dados:

1) Percepção das professoras sobre o desempenho dos alunos e habilidades sociais no início do ano x

resultado das escalas comportamentais e do TDE;

2) Percepção da professora sobre o desempenho do aluno no início e no final do ano;

3) Desempenho escolar no início e no final do ano;

4) Habilidades sociais e problemas de comportamento, no início e final do ano.

As medidas obtidas pela aplicação dos instrumentos serão objeto de análise a partir de estatística

descritiva, análise qualitativa e testes estatísticos que se fizerem necessários no momento da análise dos

dados.

Etapa 6 - Devolutiva

Os dados obtidos a partir da percepção das professoras sobre o desempenho dos alunos e habilidades

sociais, no início do ano, comparados ao resultado das escalas comportamentais e do TDE, serão

apresentados em reunião com as docentes. Neste momento, o grupo de docentes e bolsistas irá discutir,

por meio de rodas de conversa, os dados apresentados e atuais necessidades e perspectivas para a

formação docente.

Etapa 7 – Elaboração e aplicação da Formação

A partir de criteriosa revisão de literatura e análise das necessidades das docentes, o curso de formação

de professores será estruturado pelos bolsistas, tutora e colaboradores envolvidos.

Etapa 8 – Curso de Formação

O curso poderá ser oferecido por unidade escolar ou eventos que reúnam duas ou mais escolas, de

acordo com a compatibilidade de temas, necessidades e disponibilidade do corpo docente. Os bolsistas

terão participação efetiva durante o preparo e oferecimento do curso.

Etapa 9 Avaliação

Nesta etapa, serão reaplicados os instrumentos descritos na Etapa 4, para avaliação de possíveis

mudanças no repertório acadêmico e social dos alunos.

Para todas as Unidades de Conteúdo que compõem o programa de formação, serão considerados os

resultados obtidos em pré e pós-testes escritos, realizados a cada Unidade.

Também serão considerados os relatos dos bolsistas participantes sobre a avaliação do programa na sua

formação.

Etapa 10 – Discussão e divulgação dos resultados

O resultado da pesquisa/intervenção junto à comunidade escolar será analisado e discutido em reuniões

supervisionadas, gerando subsídios para ações futuras e conteúdo para elaboração de resumos e artigos

científicos em eventos da área.